Qualquer coisa?
Queria começar te dizendo que fico em órbita quando tu apareces. Giro ao teu redor e somente agora, e não antes, tenho um centro ilusoriamente firme.
E como eu poderia dizer que tu extingues o vazio que habita em mim quando estás por perto? Extinguirias se eu lhe tivesse por perpetuo.
E como eu poderia dizer que tu extingues o vazio que habita em mim quando estás por perto? Extinguirias se eu lhe tivesse por perpetuo.
Tu eliminas minha vontade de ter um sentido, é um sentido por si só. Mal é saber que não passas dos meus velhos paliativos para tapar os mesmos buracos, mas não quero falar da minha lacuna insuprível agora, meu foco é ti, oh Sol, quando se põe, não sou mais que apenas um lado escuro esperando pela tua aparição no outro dia.
Sou a incerteza absoluta de que podes não voltar mais, tudo que sinto pode não voltar mais.
Sou a quase certeza de que és uma idealização, quimera, não posso tornar-te real.
Sou todo o sofrimento em personificação carnal.
Apresento-lhe meus sintomas fisiológicos: Perco a fome, perco o sono... Seco meus olhos na janela com o olhar voltado ao horizonte desta selva de concreto e aço. Aproveito cada suspiro de vida que me é tirado, nadando no mar plangente da desesperança. Sinto a vitalidade se esvair depressa longe de ti, e perto retomo a ilusão pela qual somos programados, vida, vida, mais vida.
Mas qualquer estimulo externo pode me colocar de volta ao meu rumo... Tu és só o que eu precisava agora para passar a eternidade, mas o agora sempre passa...
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