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Corpos são apenas corpos...

Dia após dia, sua risada não vai embora. As pegadas que deixou na areia da nossa praia particular ainda estão intactas. Eu olho nossos passos, Refaço os mesmos caminhos, sem esperança de te encontrar...

Aquele ponto de ônibus ficou tão triste. Era ali onde o portal para outra dimensão começava.

Este quarto ficou tão quieto... A fumaça do meu cigarro solitário não basta para preencher meus pulmões.

A nicotina não tem o mesmo sabor que tinha antes. Escolher um filme não tem a mesma animação.

Tudo perdeu boa parte da graça depois que acabou.

Meus olhos são como represas que hoje transbordaram... As barragens não são fortes o suficiente para conter tantas lágrimas que querem encontrar seu lugar fora deste corpo... Eu não consigo descrever a sensação, isto me deixa inquieto.

No céu das minhas lembranças, você é a estrela que mais brilha.

Nem mesmo quando tudo fica nublado pelo rancor do passado, consegue apagar teu brilho.

Você rasga a escuridão da minha vida como o raio de sol que rompe a aurora.

Ter-te era como a alvorada mais quente do verão. Teu abraço era o aconchego mais quente e gostoso das estações do frio... Seu coração aquecia o meu e dava motivos maiores que o involuntário e vazio de simplesmente bater.

Meu coração bate, ainda bate por muitas coisas, mas confesso que seu pulsar é fraco.

Você era o sangue que corria em minhas veias e me fazia sentir vivo.

Ter você era sensação de unidade, de pertencer. Sozinho eu debandei, me perdi...

As lágrimas escorrem sem o desespero que chorar causa. São lágrimas conformadas com o fim, mas ávidas pela reconciliação, tão intangível vista daqui...

Estes são meus dias cinza, quando você se foi, foram-se todos os lápis de cor que coloriam minha vida.

Uma guitarra sola em cima de uma melodia triste. É como se estivesse chorando comigo...

Sinto tanto a sua falta.

Prefiro dizer que ainda te amo, ao dançar sozinho com todas as palavras que não foram ditas.

Corpos são apenas corpos, você era alma.


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