Porra!
Fico pensando em como estes sentimentos me deixam disfuncional. É horrível não conseguir olhar sua foto sem que meu coração dispare e o ar fique rarefeito, é como estar à três mil metros de altura com dificuldade para respirar.
Cadê meu isqueiro? Preciso acender um cigarro.
No instante em que abro a sua foto, sou tomado por uma vontade de sair dirigindo sem rumo para espairecer, com o som no último volume, na tentativa de não escutar a droga desse coração vira lata sem dignidade que insiste em querer te mandar mensagem.
Um misto de saudade misturado com repúdio, temperado com paixão e ódio.
"Como estão sendo os seus dias?" "Olha, quero fazer isso, ou isso... Qual sua opinião?" "Poxa, estou com saudade, queria poder jantar contigo... Sinto falta de te olhar apaixonadamente, particularmente quando você acabava de acordar e dizia estar feia e descabelada" Ahhh... Mas CALA ESSA BOCA, coração burro.
Traição é o ponto final em toda e qualquer reticência que existia em nossa história. Mas então por quê?, por que diabos é tão difícil te superar? Olhar-te sem encharcar meu coração de lembrança, toda esperança que me dava em relação ao que poderíamos ter sido. Por que não consigo fazer estes sentimentos sumirem? Veja bem, não sou marinho de primeira viagem neste assunto. Já atravessei mares tormentosos e estourei a linha de pescadoras terríveis.
Deve ser difícil porque nossa busca pelo amor é insaciável. Schopenhaur dizia que o amor é um artificio da natureza para perpetuação da espécie. Mas se fosse só isso, tudo que sinto aqui dentro não me deixariam tão por terra assim. Pois veja, existem milhões de mulheres no mundo,Por que você em particular me deixa assim? Eu não consigo responder. Seria pelos seus olhos que me enxergavam de verdade? Pelo seu encaixe perfeito na hora de dormir? Pelos sorrisos espontâneos que me tirava todos os dias?
Eu poderia enumerar centenas de motivos. É... Você me fisgou. Sou um peixe que tenta, tenta com todas as forças voltar para o fundo do oceano, na calma e tranquilidade que a profundidade concede. Mas você me fisgou... Estou na sua linha e quase sem forças, me debatendo na superfície, vendo a luz do sol se aproximar e temendo que este seja meu fim... Preciso voltar para o fundo, não posso sair do mar... Morreria sem ar.
São justificáveis os pobres corações que sucumbem as linhas de seus algozes, que os fisgam e depois os puxam para fora da água. Amar é arriscar-se a morrer por isso.
Você me mata em todos os sentidos. Mas ainda estou aqui, tentando arrumar a bagunça que você deixou. Não posso ser mais um coração pescado pelo pecado daqueles que não sabem amar.
Eu te amo, mas preciso estourar esta linha... E então me desfazer do anzol que me faz sangrar. O anzol é pouco que sobrará depois para me livrar, diante da iminência do perigo que ainda corro na sua linha, que me prende aqui e insiste em me puxar para perto de ti.
Você é o ar que não consigo respirar, você é a dor que vai me acompanhar, você é a lição valiosa que iscas bonitas não matam nossa fome. Eu só queria alimento, como todo peixe iludido ao morder o anzol bem arranjado com algo apetitoso.
Pobres de nós, corações pescados.
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