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Mostrando postagens de 2016
É preciso um pouco de melancolia Mesmo que fosse só mais uma vez Ele queria voltar a ser triste Queria se aproveitar da melancolia Botar no papel aquelas ásperas palavras Que posteriormente serviriam para gerar elogios Todo escritor que se preze  Tem que ser amargo...e só Tempos difíceis eram aqueles De um calor que inspirava felicidade e prazer Não era bom para o cigarro que brigava para descer a garganta Para a cerveja que, ao invés de lhe servir de fardo Era o alívio que o impedia de reclamar
Ensaio sobre a Morte em Vida Morrer em vida é deixar de sentir e desfrutar dos pequenos prazeres da simples existência. O cheiro do café de todas as manhãs, que outrora lhe causava bem estar, agora lhe causa a maior das indiferenças. Você se esforça, tenta encher a plenos pulmões com o aroma exalado de café fresco, mas tudo que consegue é se frustrar. Até o primeiro cigarro do dia já não lhe dá o mesmo prazer. É como uma grande tolerância que acomete a usuários de drogas... a dose inicial não surte efeitos, parte-se então para uma maior. Esta tolerância parece ter recaído sobre você, uma tolerância à vida, mesmo com todo o amor da sua família e amigos, mesmo com a saúde física que tens e nada disso parece não te tirar do estado de torpor que lentamente foi se instaurando dia após dia. Morrer em vida é não conseguir mais chorar, morrer em vida é desesperar-se constantemente, assim como a morte literal causa espavento, estar morto em vida é um espavento

Transborde!

As horas se arrastam e longos são os dias em que fazemos coisas das quais não gostamos, pelo simples fato de que "precisamos fazê-las". A angústia e o mal estar existencial fazem parte de você. A vida parece gotejar... gota a gota...rumo ao fim. Você não sabe quando, mas deseja em muitas e muitas vezes que alguém apareça e feche de uma vez essa torneira. Eis que de repente algo acontece. Uma pessoa surge e abre a torneira da fonte de esconde escorre a vida. A água cai em abundância, você sente sede dessa água, quer submergir nela. O impossível acontece, alguém te entende, os universos internos se ligam, e por mais forte que seja o cotidiano que costuma te massacrar. Um Oásis no deserto apareceu, e você vê que não é uma miragem. O que fazer quando alguém sacode sua apatia e te devolve à vida? Abra a torneira, deixe a água transbordar, e preencher todo o vazio inerente a existir.

Cartas - parte I

São paulo, 27 de novembro de 2015 Resolvi acompanhar seu estilo “vintage” de escrever à mão... Num caderno de desenho! Quem usa isso hoje em dia?! Há anos que não pego e não vejo um desses... isso me faz lembrar no quanto deixamos passar despercebido certas coisas, a única coisa de que me arrependo nessa vida é não ter passado todo  tempo que pude e queria ao seu lado, podendo rir até chorar das palhaçadas que você faz. Percebi que digitar não expressa todo sentimento e toda atenção como escrever de próprio punho. Sai seco, impessoal. Na anterior passei uma semana escrevendo e apagando para que fosse “a mensagem perfeita”.  Que bobagem! O coração cria uma ligação direta à mão que escreve. Já não tenho mais controle dela, as palavras saem, vão se deslizando pelo papel sem que eu perceba, e olha só! Já foi uma página ! Em sua primeira carta, chorei como criança, fui avisada quando ainda estava voltando do trabalho. No ônibus mesmo não contive as lágrimas: “Ele me resp

As reminiscências do passado

Trago o cigarro... Solto a fumaça deliberadamente devagar para absorver o máximo de nicotina daquela tragada...  É preciso estímulos artificiais de prazer para conseguir ler aquelas velhas conversas.  Sonhos despedaçados, um mundo cheio de ideias pintado de cinza agora.  Momentos que pareciam atemporais e intensos tornando-se reminiscências, dia após dia, pela força implacável do tempo.  Todos aqueles sorrisos que agora pertencem ao mundo gélido e triste do passado, sem sequer a sensação de ter valido a pena todo o esforço, toda a confiança, toda dedicação.... agora, sobre a grande sombra da mentira, escura, fria, cruel, quase invisível, criando-se as custas do fogo de um coração que fora apaixonado. O pra sempre que sempre acaba, as lições de mais do mesmo, a previsibilidade das pessoas medíocres e sem caráter. Um bom olhar analítico ao passado, nos faz compreender o presente e projetar um futuro melhor. Dias melhores virão... No coração, lembranças boas g

Um relato sobre a morte

Ao chegar, ainda cheirando a álcool, prontifiquei-me a ser irmão mais velho do Santana. Seus olhos fundos, avermelhados, refletiam a escravidão que passara por toda sua breve vida de 45 anos. Santana não sabia, mas estava em seus últimos momentos na terra. Arrependido e disposto a tomar um rumo diferente, seu estilo de vida já havia determinado seu estilo de morte. Eu também não sabia que aqueles eram meus últimos momentos ao lado dele, apesar de em teoria ter conhecimento que a retirada abrupta do álcool é violenta e às vezes fatal. Logo após alguns dias eu iria prestar minhas ultimas homenagens em seu velório. Como diria Nando Reis, " A vida é mesmo coisa muito frágil, uma bobagem, uma irrelevância..." Indignado com o ponto critico que aquele caminho que escolhera fez em sua vida, sua vontade, apesar de tardia, era verdadeiramente de contemplar a alvorada de um novo rumo. O choro e as lágrimas foram involuntárias. O coro plangente dos familiares se somava

One and only

De tudo que nasce e morre, o brilho que nem mesmo o fim pode apagar dos seus olhos se tornou a estrela que morreu, mas continua a brilhar no céu de minhas lembranças. É um prazer esvanecer ao lado seu... Como uma luz sobre o breve crepúsculo que a vida é. Tu iluminas as coisas e fez nascer uma vontade de tentar tudo de maneira diferente. Se soubesses dos planos que meu coração tem pra te ver sorrir, decerto ficaria para ver o porvir.

Doutor, por favor!

Doutor, por favor, meu cérebro não é meu fígado. Na bula do teu remédio há dúvidas...   Como pode ser tão rude? Esse medicamento...  Ah... será consequência dele a paz que enjaula a ansiedade de estar privado da liberdade? Todos os dias me visto de sorrisos, hora ou outra simpatia,  tentando sobreviver a tudo isto com alegria.  Falsa fantasia. No torpor das relações,  acostumei-me em não ser lembrado. Caprichos do ego... Há noites em que me pergunto onde estaria você... Ecoa dentro de mim tais perguntas,  O som viaja e se propaga. Ninguém responde. Algumas pessoas cantam,  outros se afastam, muitos choram sozinhos.  Como pode?  Vidas destruídas. Quilos de pessoas esmagados por gramas.  Gramas que aprisionam.

Eu te odeio! Mas te quero tão bem...

Ela parecia um anjo sobre mim naquele amanhecer de dia. Sua respiração ofegante e meu corpo sendo tomado pelos instintos... Meu pensamento em seus olhos claros... Lendo atentamente suas expressões faciais de prazer... Ela não sabe, mas é todo o sentido para mim. Ela se cansa, eu dou-lhe um sorriso. Ela se deita ao meu lado, me viro para ficar próximo ao seu ouvido. Digo-lhe sussurrando que a amo... Ela não ouve...  Ela vai embora... Eu volto para lá. Aquelas quatro paredes testemunharam o conceber de uma vida. Agora está tudo tão vazio. Deito sozinho e começo a chorar. Essa vida não tem sentido! É certo que tenho embaralhado minha memória, mas as lembranças tornaram-se ilusões. Impossível montar as peças do que já foi o presente um dia. Será que foi assim? Ah.. tudo aquilo foi no mesmo dia? Quantos acontecimentos... quanta imprudência... quanta excitação! Tenho processado o tédio da maneira habitual. Porém, devido aos acontecimentos, tenho sentido muita vontade d
Quando o amor não basta para justificar a louca realidade em que fui colocado... Sensação de constante perigo, de não estar atendendo as exigências... paranoia! Quando o amor não basta para justificar a louca e "maravilhosa" existência. Sede por prazer, que a minha se dissolva na palavra fim. Não mereço, não sou digno, não faço parte, não consigo me integrar. Achar uma justificativa... Não me contento com limite, não admito o finito.  Não sou nada, sou o desespero, sou o pesar em personificação existencial. Indeliberado, gerando ações que causam remorso, vergonha... Ser, onde se há coação para não ser escárnio. Sem nada que alicie para manter-me no presente (pelo menos não firme) Incompetência, indolência, pensamentos destrutivos! Eu sou um desgraçado que acha que se diverte. Cessaria todos os meus prazeres, me desligaria de toda perspectiva que idealizo para encontrar as respostas: Por que eu mereço o melhor? Por que eu tenho que ser feliz?.
04-11-15 Sinto falta das músicas que se encaixavam como trilha sonora nos momentos em que eu vivia por aí. Sinto muita falta de apenas olhar sua time-line e ver fragmentos dos teus dias, saber mais ou menos como tu te sentes. Eu quis te conhecer, mas chega de insistir. Faria das tripas coração para colar seu estilhaçado coração. Teu rosto... Tão estranhamente familiar...  Não posso dar-me ao luxo de sentir muito, tenho tendencias auto destrutivas. Temperança... Cuidarei de mim. Dias chuvosos são ruins para as roupas no varal e para os tênis furados... Porém, visto do eterno ciclo da água, faz  tudo  parecer infinito....
"As larvas do meu coração viraram borboletas no meu estômago." (Tati Bernardi) Borboletas no estômago Pergunto-me se o que sinto é a sensação de estar diante da pessoa que ficará comigo por vontade própria, até meus últimos dias de peregrinação nessa terra. Por vezes me toma de assalto uma sensação de não ser o suficiente, há tantas opções... ela com certeza tem outras opções... Ela é tão linda! tão falante, seu espirito é alegre e livre, ela é tão extrovertida, tão espontânea....simplesmente encantadora. Me perco em meio aos olhos que reluzem ao me ver. Seu olhar gentil me faz imaginar o que ela pensa e sente ao me olhar assim. Sinto minha alma e coração queimarem! Sinto meu corpo fumegar em amor, é amor! é sim! finalmente! é tudo tão novo, tão incomum, tão especial... Como bom auto depreciador, não me sinto merecedor de tamanha atenção voltada à mim. Sinto medo de errar, pois quanto mais a conheço, mais vontade de amá-la me apetece, mais ela me sequestr
Ócio da Existência As horas se arrastam e consigo ver o futuro, pois os dias são praticamente iguais. O presente esmagador espreme a vida que pinga enchendo o copo em direção à morte.  O dia alvorece e é como um soco na cara todas as manhãs. Seu crepúsculo dita a sentença perpetua dessa luta massacrante.  Até quando empregos que odiamos, para comprar coisas que não precisamos, tentando impressionar pessoas que não gostamos? 
Saudade.... Boas recordações, lembranças gratas do que um dia foi chamado de presente. No eterno transitório, a saudade dói no peito pelas recordações que vão perdendo seus traços, caminhando de maneira inexorável a se tornar apenas reminiscências. Mas o que dói mesmo é a ausência, no eterno fluir da vida, as coisas, que já são outras....A incapacidade de reviver aqueles momentos... ah! o prazer de ter vivido cobra seu preço em forma de saudade. Saudade, o que traduzir desse verbo senão eterna gratidão? seguida de uma profunda e  amena tristeza. Verdadeira cicatriz que fica na alma.  Saudades...

"Qualquer coisa pode falar comigo, tá?"

Qualquer coisa? Queria começar te dizendo que fico em órbita quando tu apareces. Giro ao teu redor e somente agora, e não antes, tenho um centro ilusoriamente firme. E como eu poderia dizer que tu extingues o vazio que habita em mim quando estás por perto? Extinguirias se eu lhe tivesse por perpetuo. Tu eliminas minha vontade de ter um sentido, é um sentido por si só. Mal é saber que não passas dos meus velhos paliativos para tapar  os mesmos buracos, mas não quero falar da minha lacuna insuprível agora, meu foco é ti, oh Sol, quando se põe, não sou mais que apenas um lado escuro esperando pela tua aparição no outro dia.  Sou a incerteza absoluta de que podes não voltar mais, tudo que sinto pode não voltar mais.  Sou a quase certeza de que és uma idealização, quimera, não posso tornar-te real.  Sou todo o sofrimento em personificação carnal.  Apresento-lhe meus sintomas fisiológicos: Perco a fome, perco o sono... Seco meus olhos na janela com o olhar voltado ao

Senti falta da sua perspicácia

Senti tanta falta da sua perspicácia... Já me tirastes muitos sorrisos e me destes inspiração!  Sério...ninguém me diria isso na verdade... Acredito até que ninguém deve ter lido e percebido a profundidade que sai direto da minha alma. É raro achar leitor para as minhas baboseiras, quem se importa com devaneios em forma de textos? Por ser de alma, não é sempre que escrevo,tenho vontade do nada, e daí as palavras me saltam, como se quisesse fugir de mim, como se elas me dominassem naquele instante. Sou todo alma ao colocar minhas palavras no papel.